Capitulo 14: Os santos.
A igreja de Jesus Cristo é santa, isso quer dizer que ela se santifica a medida que contempla a comunhão dos seus discípulos no tempo e espaço. Esta igreja está no mundo, mas não se contamina com as prevaricações presentes no mundo. Ela é uma igreja que tem aliança com o Senhor e por isso apresenta frutos pela rendição do pecado, pois o próprio Senhor Jesus a fundamenta através da sua Palavra. O sacrifício da cruz nos deu a condição de sermos santos, tal qual o Cristo de Deus é Santo. Levítico 19.2 – […] Sejam santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo. O milagre da justificação de Deus acontece justamente na cruz do calvário onde tragada foi a morte pela vitória de Cristo.
Os separados por Deus são aqueles que Ele chama para serem santos, justificados e santificados por meio de Cristo. Enquanto que na justificação, ao cristão é atribuída a obra consumadora de Jesus, na santificação, são tributadas a completude das promessas de Deus nos dias atuais e vindouros. A justificação é a garantia que o cristão tem de se integrar na comunhão com Cristo através da sua morte vicária. Já a santificação é que é a responsável de manter o cristão fielmente como membro comprometido com a vida da igreja local. Portanto, tudo aquilo que Jesus Cristo cria, Ele preserva. A justificação é a criação de um novo ser humano, lavado e remido pelo sangue do cordeiro, enquanto a santificação é a certeza da preservação desta nova espécie, até a vinda do autor e consumador vir buscar a sua igreja.
Uma igreja com visibilidade, emana através da santificação, juízo e reconciliação para fora das quatro paredes da instituição. É aí que se fundamenta a ética política da igreja, pelo fato dela ser igreja no mundo, mas não se contaminar com as coisas do mundo. A igreja santa e justificada por Deus passou por um novo nascimento em Cristo e agora está selada com o selo do Espírito Santo, por isso caminha sempre em estado de alerta ao pecado . 1 João 3.9 – Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado, porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado, porque é nascido de Deus. Precisamos ter mais cautela quanto a santificação na comunhão dos santos, a prática constante do pecado não deve ser tolerada como algo comum no seio da igreja, portanto precisa ser combatida e punida sempre que necessário para que haja temor entre os fiéis.
Dentre todas as formas possíveis de cometermos pecado, as diferente formas de prostituição são as mais comuns de violência contra o corpo de Cristo. Tudo começou com Adão no Éden, onde o homem quis ser como Deus, atentando contra o Criador, querendo assumir o lugar de governo do Soberano. A prostituição é aliada da cobiça, pois as duas tem em comum o fato da insaciabilidade pelo desejo do outro. Enquanto a prostituição tem o desejo de possuir o outro, a cobiça anseia pela conquista das riquezas deste. A raiz que alimenta tanto uma como a outra nos é bem conhecida e se chama: idolatria. Na idolatria o corpo não consegue viver em comunhão, pois jamais se dedicará a servir ao próximo, cada um busca os seus próprios interesses e isto nada tem a ver com santidade e justificação.
O processo que está proposto a igreja na busca pela santificação necessariamente precisa passar pela mortificação da carne. O apóstolo Paulo muitas vezes fala sobre esta luta continua do cristão entre as coisas da carne e as coisas do Espírito. Dizer não para as concupiscências da carne somente se torna possível quando saciamos a fome pelas coisas do Espírito. 2 Coríntios 4.16-17 – Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. A igreja santa e justificada por Cristo não tem do que se envergonhar, pois ela carrega consigo os frutos deste relacionamento, pois pelos frutos é que somos reconhecidos.
Enquanto santos e separados por Deus, a igreja anda na comunhão dos filhos de Deus. Isso não quer dizer que não há nela pecadores, mas sim que está sempre na busca por um arrependimento genuíno. A comunhão dos santos irá fortalecer este vínculo fraterno, através da graça e da misericórdia divina, que se faz presente na vida da igreja, santificada e justificada pelo sangue de Cristo. Para que a igreja tenha credibilidade nas questões que envolvem a sua identidade cristã, é preciso lidar com o pecado como ele é. Neste contexto, a disciplina eclesiástica se faz necessária para manter a hegemonia do corpo. Para corrigir o desejo da auto regulação e a administração pessoal do perdão, todo cristão deve procurar outro irmão maduro na fé e praticar a confissão. Na confissão os santos são confrontados pelo sacrifício da cruz e então tem a oportunidade de receber o perdão de Deus, sem o qual seria impossível permanecer na comunhão.
Jesus preparou o caminho para que a igreja daqueles que foram santificados e justificamos por Ele pudessem trilhar. Este caminho se chama boas obras. Ninguém poderá ser salvo pelas obras para que a glória seja sempre dEle. Todavia se faz necessário que a igreja manifeste o amor do Pai através das suas ações em favor dos necessitados. A santa igreja de Cristo ama servir ao próximo, mesmo sendo pecadora, está em busca de um arrependimento sincero e jamais deixa que a luz do evangelho seja ofuscada pelos desejos insanos de um coração enganoso. Que sigamos o conselho de Paulo aos Coríntios em 1 Coríntios 1.30-31 – É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção, para que, como está escrito: “Quem se gloriar, glorie-se no Senhor”.
Pastor Sênior da Comunidade Cristã MAR