Capitulo 11: O batismo.
Neste capítulo estaremos analisando a questão do batismo na perspectiva dos apóstolos segundo os evangelhos sinóticos e a relação da ótica do apóstolo Paulo quanto a importância do chamado ao discipulado. Portanto, afirmar que o chamado de Jesus aos apóstolos teria sido de alguma forma diferente ao chamado de Paulo, quem sabe, seria reduzir a pessoa do Espírito Santo que atua nos dias atuais. Como podemos afirmar que o mesmo Jesus que foi apresentado historicamente nos evangelhos sinóticos é o mesmo que Paulo pregava? Só há uma maneira de responder positivamente a este questionamento, quando cremos na inerrância das escrituras sagradas, pois somente as escrituras podem testemunhar da presença do Eterno no decurso da história da humanidade.
O batismo proposto por Jesus aos apóstolos não difere ao nosso hoje, pelo contrário, eles estão conectados pelo mesmo sangue que verteu uma única vez, para perdão dos pecados de toda raça humana. Sendo assim, o batismo não é uma oferta do homem a Deus, mas de Deus para o homem. Nós cristãos depositamos nossa fé nas águas batismais devido ao testemunho que as escrituras nos conferem. Quando acessamos as escrituras para fundamentar o sacramento batismal, fazemos isso baseado nos ensinamentos dos apóstolos e também de Paulo, pois eles se completam em Cristo Jesus.
A importância do batismo vai além de se tornar um membro de uma igreja. Todos aqueles que aceitam o sacramento, estão dizendo sim ao chamado de Jesus para o discipulado apostólico. A partir do batismo uma nova criatura nasce, as coisas velhas já não fazem mais parte daquele novo ser, pois agora ele se torna propriedade exclusiva de Cristo. Neste novo nascimento uma nova medida de fé é gerada no coração do fiel, seu mediador agora passa a ser Jesus e debaixo desta nova medida, o discípulo caminhará de fé em fé e de glória em gloria. O discípulo não escolheu morrer voluntariamente, apenas aceitou o convite divino para viver intensamente uma novidade de vida. Cristo foi o motivo da sua morte, bem como, o motivo da sua nova vida.
O apóstolo Paulo fala em Romanos 6.3 o seguinte: “Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte?” Sabemos que a crucificação e a morte de Jesus foram duras e pesadas, todavia o jugo da nossa cruz é suave e leve, graças a comunhão que sofremos no nome dEle. O batismo na morte de Cristo produz cura, restauração e justificação para a vida dos discípulos. A mesma dádiva que se fazia presente na vida dos apóstolos de Cristo se dá em nossas vidas através da confirmação do sacramento batismal.
A notória visibilidade provocada pelo batismo, traz vida na comunidade de fé. Pois assim como o discípulo precisava responder a ordenação de Cristo publicamente, o batizado realiza sua jornada batismal expressando publicamente sua fé em Jesus. Seguir Jesus continua sendo assunto de ordem pública, uma vez ordenado ao batismo, cabe ao discípulo um ato de obediência e exposição pública da sua fe. Aqueles que são batizados necessitam ter vida nas suas comunidades de fé, uma vez que esta ordenação se dará uma única vez, temos que representar devidamente está chamada com responsabilidade e muito temor.
Por fim, mas não menos importante, a questão do batismo infantil tem dividido a atenção nos diálogos com diferentes correntes teológicas contemporâneas. O autor desta obra literária trata isso com o devido respeito, mas pondera de forma errônea aqueles que praticam tal sacramento infantil. Se olharmos o batismo como uma chamada de Jesus ao discipulado, como podemos realizar esta escolha pelos nossos bebês? Ainda que um pai e uma mãe se dediquem com esmero a educar seus filhos no caminho do Senhor, que garantia terão que este ser infantil saberá honrar o ato batismal quando adulto? O batismo precisa ser encarado como um acontecimento único, portanto sem repetição. Não há quaisquer condições que este ato seja repetido, então pense bem antes de dizer sim e renunciar sua velha maneira de vida para viver a plenitude que Deus tem para você.
Pastor Sênior da Comunidade Cristã MARALTO