Capítulo 09- Os mensageiros.
Enquanto mensageiros do Senhor, algo que todos nós precisamos compreender é que Jesus veio trazer salvação aos pobres, aos enfermos e todos aqueles que desejassem um relacionamento fiel e verdadeiro com o Pai. O fato de Jesus contemplar a multidão, talvez trouxesse repulsa aos discípulos, todavia isso trazia extrema alegria e satisfação ao coração do mestre. O ministério terreno de Jesus ficou marcado pela compaixão e misericórdia com a qual Ele tratava na individualidade da multidão que o seguia. Onde houver bons pastores, esta também deverá ser a conduta a ser adotada no cuidado com o rebanho do Senhor.
Outro bom exemplo que o mestre Jesus nos deixou é que, podendo fazer tudo sozinho, Ele não exitou em escolher homens comuns da sociedade para cooperarem com Ele. Foi isto que o filho de Deus fez ao chamar os apóstolos para auxilia-lo na caminhada. Além deles receberem uma Palavra de ordem e aceitá-la imediatamente, todos foram revestidos de poder e autoridade, sem a qual não poderiam executar as tarefas a eles outorgadas. Estes homens simples, agora estavam prestes a utilizar com ousadia as dádivas divinas recebidas do Senhor para a sua maior batalha terrena, enfrentar as hostes da maldade nas suas mais diversificadas maneiras de agir contra o bem mais precioso de Deus, a humanidade. Todavia o chamado de Jesus sempre foi e será suficiente para prosseguirmos firmes e certos que a vitória está em nosso favor.
Cabe ao discípulo de Cristo somente confiar, pois a escolha geográfica e os recursos necessários para a execução da obra, dependem unicamente daquele que os comissionou. Aos mensageiros do evangelho, o compromisso maior sempre estará arraigado com a obediência estabelecida na fonte maior, que é a própria Palavra de Deus. A obediência a ordenança divina, nos fará viver a plenitude da vontade do mestre para as nossas vidas. A pregação torna-se-a o acontecimento e o acontecimento confirmara a pregação. Aqueles que carregam a mensagem tem como privilégio estarem debaixo da graça de Deus, tornando desta forma, a maior e melhor recompensa que qualquer discípulo de Cristo possa receber como fruto do seu trabalho na obra.
O mensageiro necessita ter uma percepção muito bem alinhada entre tempo e espaço, pois perder a oportunidade de apresentar a Cristo, pode custar a vida daquela alma que Jesus ansiava resgatar. O Senhor está batendo na porta e deseja entrar para cear com os sedentos (Ap. 3.20), e a pergunta que os mensageiros devem fazer é: de que forma eu poderia facilitar o acesso dEle ao interior desses lares? Uma vez que não há mais tempo a perder, cabe aos mensageiros ter uma mente capaz de perceber aquilo que o Espírito Santo está revelando nestes dias, pois só assim conseguiremos ser efetivos no propósito de levar o alimento certo para as pessoas certas no tempo oportuno.
Os fracassos e as barreiras enfrentadas no processo de evangelização não definem a condição dos mensageiros na perpetuação da mensagem da cruz. A prudência espiritual se faz presente na vida de cada evangelista comissionado por Cristo. Para os discípulos prudentes, a compreensão das situações vivenciadas diuturnamente, não podem ser comparadas ao desejo de caminhar confiando na congruência da Palavra liberada dos céus. O mensageiro é aquele que age como elo que liga o ser humano a Palavra e a Palavra ao ser humano. Deste ponto de vista, bem aventurados seremos quando permanecermos ao lado de Jesus e caminhando fiéis a Sua Palavra até os últimos de nossos dias nesta terra.
O evangelho como obra prima de Deus jamais deve ser comparado ao sectarismo ortodoxo e pragmático que faz de Deus apenas um personagem da história religiosa e não o autor e consumador de todas as coisas, conforme o evangelho de João 1.1-3 que diz: “No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ela estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito”. Para o discípulo e mensageiro de Deus o maior perigo jamais será as injúrias e comentários pejorativos recebidos no campo missionário, mas o fato dele mesmo perder o temor do Senhor e se conformar com o mundo a sua volta. A história de morte contada pelos mensageiros tem uma perspectiva redentora, que faz da morte física, o início de uma nova realidade repleta de paz e harmonia no Espírito.
Neste capítulo fomos incentivados pelo Senhor a nos tornarmos mensageiros do genuíno amor de Deus para com seus filhos. Aprendemos que a maior recompensa deste precioso trabalho é ser apenas o instrumento nas mãos do sábio construtor. Ser alguém que o Espírito Santo de Deus tem liberdade de usar, quando e como Ele deseja, é sem dúvidas a melhor recompensa que alguém sem esperar possa receber.
Pastor Sênior da Comunidade Cristã MARALTO