Capítulo 08- A separação da comunidade dos discípulos.
Continuamos a olhar para as escrituras na perspectiva do sermão da montanha e nela refletiremos sobre a separação da comunidade dos discípulos. Nossa ótica será estimulada a enxergar na comunidade em geral, discípulos de Cristo, ainda que debaixo de uma consciência religiosa, isto não seria possível. Prepare-se, pois este capítulo te moverá para além do lugar de confronto, sua fé e sua velha maneira de pensar a respeito da comunidade de fé serão abalados por um novo conhecimento, conhecimento este que te conduzirá para mais próximo de Cristo Jesus.
Todos nós enquanto cristãos estamos sujeitos ao erro, disto não temos como discordar, certo? Todavia recorremos a um erro constante, que é o fato de acharmos porque estamos em Cristo, temos a condição de julgar nossos irmãos, que por quaisquer motivos, comentem erros visíveis que não colaboram para uma boa convivência de fé. A conduta que Jesus espera para seus discípulos não é que eles sejam capazes de executar juízo sobre seus irmãos, mas que eles possam compreender que o único mediador que estabelece o juízo verdadeiro é o próprio Senhor. Sendo assim, cada vez que, como discípulos de Cristo, nos aproximamos do outro, assim fazemos tentando imitar a conduta do Senhor.
Somente Jesus é capaz de exercer juízo ao outro, desta forma, quando alguém peca, está a mercê da graça do Senhor e não da nossa condenação. Precisamos amar o pecador como Cristo o ama, ou seja, com um amor incondicional que tem por finalidade estabelecer comunhão e não condenação. É exatamente esta qualidade de amor que deve brotar no coração do pecador, pois é o amor incondicional de Cristo pelo pecador que promoverá a condenação pelo seu pecado. Todas as vezes que tentados exercermos senso de julgamento pelo outro, promovemos um pensamento proibido de acusação ao outro. O julgamento e a acusação nos torna cegos espirituais, ao passo que, quando decidimos amar ao invés de condenar, lançamos luz ao que peca e a nós da mesma forma. Como discípulos que somos, não somos merecedores de nada, senão da graça e da misericórdia de Deus.
O discípulo que maneja bem a Palavra encontra certo grau de evidência pública, todavia como a Palavra tem poder, cabe ao discípulo ser cuidadoso quanto ao manuseio dela. O discípulo poderá até mesmo desistir de pregar a Palavra, ele poderá até acreditar que a Palavra esteja enfraquecida nalgum momento. Fraqueza essa que é a realidade da Palavra, pois se fôssemos confrontados pelo poder que há realmente na Palavra, nenhum de nós estaria livre de sofrer os danos dos nossos erros. Ao discípulo está proposto viver não pela força da Palavra, mas pelo poder que se baseia na comunhão entre os irmãos. Seremos discípulos quando soubermos tratar os outros como pessoas que estão aptas a receber o perdão dos seus pecados e que passam a viver uma vida cristocêntrica.
A comunhão é a principal marca da comunidade dos filhos de Deus e a igreja deveria ser o local onde se evidência mais frequentemente esta característica. Jesus disse que Ele seria o único caminho em direção ao Pai, bem como, este caminho seria estreito como uma porta da mesma forma estreita. Apesar da porta ser estreita e o caminho apertado, nossa intensão e único interesse deve ser encontrá-lo. Como discípulos aprovados, evidenciamos o caráter de Cristo, apresentando a Ele e a comunidade, os frutos de uma vida totalmente rendida e convertida ao senhorio de Cristo. Nossos frutos falaram por nossas palavras, uma vez que o nosso discurso, nos torna correspondente da justiça própria, já a prática, o correspondente da graça num caráter humilde de um servo de Cristo.
Por fim, mas não mesmos importante, cabe ao discípulo não somente interpretar e entender as escrituras, mas sim, seguir a Cristo e obedecê-lo. Teoria sem prática seria a mesma coisa que desejar comer uma fruta sem antes ter plantado a semente (falta de comprometimento). O lugar de questionamentos e dúvidas não pertence mais ao discípulo fiel. “A palavra que me recuso a praticar não se torna para mim a rocha sobre a qual eu posso edificar a minha casa”. Estamos edificando sobre o fundamento que o outro colocou, porém a pedra de esquina continua sendo Jesus o Cristo Vivo.
Pastor Sênior da Comunidade Cristã MARALTO