Capítulo 06- O extraordinário da vida cristã.
Tendo o sermão da montanha como pano de fundo, iremos analisar na perspectiva divina, as bem aventuranças do Senhor para a vida de seus discípulos. Tentaremos responder, qual seria a melhor forma deles se relacionarem com a humanidade, uma vez que a visão de Deus para o discípulo é que eles sejam um com Ele, assim como para com os outros seus irmãos.
Este e outros questionamentos esbarram na necessidade pela crença em Jesus e na sua Palavra. Os bem aventurados descrito nas escrituras sagradas são todos, todos aqueles que creem em Jesus e na sua Palavra. Portanto, o ponto de partida é redundantemente baseado na fé do verbo encarnado, não havendo quaisquer prerrogativas de cumprimento das bem aventuradas promessas senão for através dEle. O inimigo também promete bem aventuranças, mas o faz negando o sacrifício da cruz, mediante a ideologias políticas e sociais, tome cuidado!
Para ser um discípulo bem aventurado de Jesus, o discipulado precisa ser manso e humilde de coração, disposto a renunciar a qualquer direito especial ou individual, até mesmo os direitos de justiça própria. Uma das características principais dos discípulos de Cristo é a capacidade que eles possuem de tomar para si as dores do próximo, chama-se isso de misericórdia divina. Além de serem extremamente misericordiosos, renunciam até mesmo o bem maior que um ser humano possa possuir, a sua honra e dignidade, isso sim é extraordinário. Está são características de alguém que tem um coração limpo, isento de qualquer sentimento de bem ou mal, alguém que se tornou a imagem e se,enhance do Deus criador.
A igreja visível.
A igreja que Jesus está gerando neste dias é uma igreja que se tornou o sal da terra, uma igreja que o mestre designou para que fluíssem em poder e glória. Jesus continua sendo o guarda de Israel, mas a seus discípulos, Ele confere poder para atuarem sobre toda a terra. Assim como o sal é importante para realçar o sabor dos alimentos, a luz do evangelho de Jesus, transformou os discípulos de homens comuns para homens portadores de uma energia que jamais se apagaria. Aliás, sempre que como discípulos de Cristo, tentamos tornar essa luz invisível, é como se negássemos a responsabilidade do chamado ao discipulado. Ao invés de sermos um farol a iluminar o caminho seguro para os outros, negligenciamos a responsabilidade de vidas que irão naufragar, colidindo com algum obstáculo que não estão conseguindo enxergar.
A Justiça de Cristo.
A relação que o discípulo tem com a lei de Cristo e a justiça do Eterno perpassa a história da humanidade, pois desde os tempos antigos na cultura judaica isto era questionado e compreendido de formas diferentes. Da mesma forma que Jesus diz aos discípulos que nenhuma lei deveria se opor entre ele e os discípulos, afirma também que a revogação da lei significava separação entre eles. Quem sabe o mesmo erro que Israel nos tempos antigos cometera esteja sendo o nosso destes dias, ou seja, a divinização da lei e a legalização de Deus. A fim de não cometermos este equívoco, quem sabe possamos compreender que Jesus estabelece a lei como sendo a lei de Deus e Deus sendo Senhor, Ele mesmo é doador da lei, da qual nos fazemos cumpridores somente quando nos submetemos a comunhão pessoal com Ele.
O irmão.
A irmandade é tratada como um presente divino e portanto muito valioso aos olhos de Deus Pai, algo que precisa ser tratado com muito zelo. Sentimentos como ira, raiva e demais relacionados a vingança e ódio, jamais poderão acompanhar a vida do discípulo, pois promovem morte e os discípulos de Jesus estão proibidos de promover assassinato. Toda maldade do coração humano tem como intenção reprimir o direito alheio a vida, isto é um assassinato e em hipótese alguma deverá acometer a mente de alguém que anseia caminhar com Jesus. Como igreja de Jesus precisamos demonstrar amor aqueles que o mundo rejeitou, pois os discípulos que já receberam um coração regenerado pela graça ofertam generosamente daquilo que do Pai receberam. O irmão, seja ele quem for, é a nossa graça, diante do juízo de Deus.
A mulher.
Quando a questão é a mulher, na ótica das escrituras, o olhar ganha evidência. Aquele que olhar para uma mulher com alguma intensão escusa no coração, comete adultério, pois o olho que serve para cobiçar de forma impura uma mulher, não consegue ver a Deus. A mulher representa a noiva do cordeiro, como noiva precisa estar separada para seu marido, ela pertence somente a Ele e Ele necessita respeitá-la e honrá-la com sua total fidelidade. Neste enlace matrimonial a separação não é uma opção ao discípulo, pelo contrário, a ordenação do mestre repudia a dissociação da aliança matrimonial severamente. Um verdadeiro discípulo de Jesus não tem autorização de repudiar sua esposa, pois seu coração já foi quebrantado pelo Senhor, sendo assim, a misericórdia e o perdão são práticas rotineiras do discípulo.
A verdade.
Assim como para os reformadores, os discípulos de Cristo são estimulados a viverem neste mundo caótico se comportando como cidadãos do Reino Eterno. Como mensageiros do Reino os discípulos de Jesus precisam conviver com a verdade, refutando toda e qualquer possibilidade de mentira. Neste ínterim surge o juramento como ferramenta de quem precisa sustentar um fato verdadeiro. Mas se há necessidade de juramento para sustentar a verdade, podemos crer que o ser humano é tendencioso a mentir constantemente. Um juramento somente seria possível se condicionássemos ele a vontade absoluta de Jesus. Sabendo da dificuldade que o ser humano tem de se condicionar totalmente a Deus, um voto que queira comprometer-nos integralmente ao Senhor, se tornará uma mentira absoluta. A mentira destrói por completo toda capacidade de comunhão com Deus, motivo pelo qual devemos fugir dela.
A vingança.
A injustiça é a causa para que muitos cristãos abandonem a sua fé, dando lugar a vingança e demais sentimentos ruins provenientes de um coração magoado com Deus. Para o discípulo de Jesus a vingança não faz parte da resposta as injustiças a ele são praticadas, pois está livre para perdoar e caminhar quantas milhas fossem necessárias, até que o ofendido encontre paz. O discípulo tem convicção de que em lugar de executar a vingança ele entrega o ofendido nas mãos de Jesus, porque assim fazendo, ele mesmo está livre para receber a benção das promessas do Eterno. O sofrimento passa quando é tolerado e o mal encontra seu fim quando não lhe é imposto resistência. Quanto maior a afronta, mais disposto ao sofrimento o discípulo deverá estar. Há uma promessa feita na cruz, aqueles que permanecerem fiéis até o fim reinaram com o Senhor. Você está disposto a permanecer como discípulo de Jesus até o fim?
O inimigo – o “extraordinário”.
A ordem do Senhor para o discípulo é que ele ame os seus inimigos. Isto é um paradoxo para as nossas vidas, é contrário a natureza do indivíduo, está acima de suas forças, pois se opõem às forças de bem e o mal. Tolerar a maldade alheia já é um absurdo, quanto mais perdoar, orar e amar estes que conscientemente insistem em prejudicar os bons costumes cristãos. Atos 20.25 diz que “mais bem aventurados são os que dão do que aqueles que recebem”. Como discípulos de Cristo somos treinados por Ele a olhar para estas circunstâncias com olhar de amor fraternal, sem julgamento e desprovido de qualquer interesse. São nestes momentos em que o extraordinário de Deus acontece, onde a igreja se torna visível, onde o amor de Cristo se materializa e quebra as correntes do mal. A final, os perfeitos não são outros, senão os bem aventurados, discípulos de Jesus Cristo.
Pastor Sênior da Comunidade Cristã MARALTO